Na primeira metade do século XX, existia uma divisão espacial no Carnaval de Salvador, determinada pela posição econômica dos foliões. Enquanto que Baixa dos Sapateiros, Taboão, Barroquinha e Pelourinho eram dominadas por afoxés e seus temas negros, as áreas consideradas nobres eram destinadas aos grandes clubes.
Formado exclusivamente por homens, o afoxé Filhos de Ghandy encontrou inspiração nos princípios do pacifista hindu Mahatma Ganhdhi (1869-1948) que pregava a paz e a não-violência. Formado em 1949 por estivadores do Porto de Salvador, a entidade, que completa 60 anos, tornou-se um dos afoxés mais famosos. Quando desfilam nas ruas, os Filhos de Gandhy formam, com seus 10 mil foliões e trajes feitos com toalhas e lençóis brancos, uma das mais belas imagens carnavalescas: o tapete branco da paz. A garantia de inovação dentro da tradição vem de entidades como o afoxé Bankoma, que mesmo tendo sido criado há apenas 13 anos, na Associação São Jorge Filhos da Goméia (tradicional Terreiro do município de Lauro de Freitas), contribuiu para o fortalecimento do espaço dos afoxés na folia momesca.
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